Sonhar com o meu cargo ideal

Há alguns anos atrás eu dizia ao meu chefe: “eu quero ser Chief Happiness Manager, é a minha cara, está alinhado com os meus valores, com aquilo que eu faço enquanto coach, como meu papel enquanto formadora e acredito mesmo que a felicidade no trabalho é o factor que vai fazer a diferença no futuro”

Ele riu-se, respondeu-me “sim, sim, mas isto é Portugal, não há Zappos por cá.” Na altura, como hoje aliás, a norte-americana Zappos era a minha inspiração, e o Delivering Happiness a minha biblía. Uma empresa gigante com um foco imenso na relação com o cliente, das primeiras a ter uma Coach in-house e que pagava, repito pagava, no final da formação para as pessoas que não se identificassem com a empresa, a cultura e os valores, simplesmente fossem à vida delas. Como não me inspirar?

Questões como a felicidade no trabalho, o employer branding ou a escassez de talento não existiam. Um bom ordenado, segurança e alguns mimos eram o suficiente para que o nada se alterasse. Embora os empregos já não fossem para a vida, como em gerações anteriores, as mudanças que ocorriam estavam bastante mais ligadas a questões de status e oportunidades aleatórias.

A insatisfação existia, presa no ciclo amor/ódio, no balanço dos pros e contras e no comodismo. A crise forneceu a desculpa perfeita para não se mudar. Entretanto os Millenialls chegaram ao mercado de trabalho virando o jogo, obrigando pessoas e organizações a repensarem-se causando tremendas dores de crescimento, mesmo nas empresas mais maduras. 

Subitamente a aprendizagem contínua e o desenvolvimento tornaram-se uma pedra de toque, o equilíbrio entre vida laboral e pessoal uma condição, as relações interpessoais um peso-pesado na balança. Em conjunto estes três factores superaram os mimos, os ordenados e a segurança.

Faz todo o sentido que exista alguém nas empresas cujo único propósito é assegurar o bem-estar das pessoas e garantir o alinhamento entre trabalho, missão e valores. Vários estudos confirmaram os inúmeros benefícios acrescidos para a empresa, não só em termos da felicidade corporativa, mas em níveis de desempenho, produtividade e lucro.

Porque não existe ainda um Chief Happiness Manager em todas as organizações?

Recebi o meu diploma da Happiness Business School e foi extraordinário reforçar as crenças nalgumas das minhas convicções, descobrir estudos que confirmam as minhas ideias, conhecer mais pessoas que, tal como eu, acreditam que é a felicidade que faz a diferença. O curso deu-me ferramentas prontas a implementar, ideias que quero testar, e muita vontade de fazer acontecer neste campo. Faltam-me de momento os voluntários, as cobaias ou os aventureiros para embarcar nesta viagem.

Se ainda não estão convencidos, é observar as estatísticas compiladas pelo Stacknation sobre o tema.

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