O nosso cérebro é uma fantástica máquina. E como as melhores máquinas ele pode ser programado ou reprogramado. Como as máquinas mais avançadas ele possui vários programas a correrem de forma automática para simplificar a nossa vida.
Conhecer os diferentes programas e as suas implicações permite-nos tomar decisões mais conscientes, identificar o que nos bloqueia e acabar com a auto-sabotagem.
Um dos programas automáticos diz respeito ao nosso modo de operar no que toca àquilo que nos motiva. Podemos fazê-lo por afastamento ou por aproximação.
Pessoas que se movem por afastamento identificam e resolvem problemas. São pessoas que avançam na vida com base naquilo que não querem, e quando se afastam de algo é porque já sentiram dor, desconforto ou medo.
O resultado desta abordagem é que ao agir por afastamento não se presta muita atenção a onde se quer chegar. A atenção está naquilo que não se quer. Pessoas que operam por afastamento fogem da dor, tomam decisões em cima da hora e trabalham com base em datas limite.
As palavras mais usadas neste modo são:
Evitar
Relaxar
Livrar-se de
Deixar qualquer coisa
Pagar as dívidas….
Por outro lado, pessoas que se movem por aproximação são pessoas direccionadas para objectivos, alvos, metas, elogios e prémios. Neste modo de agir a motivação está na conquista daquilo que querem para si e para as suas vidas.
Uma vez que se motivam específicamente na direcção do que querem podem por vezes não estar alertas para os problemas a enfrentar.
Todo o vocabulário neste modo está orientado num só sentido:
Alcançar
Ganhar
Conquistar
Realizar
Premiar
Desafiar
Como aplicar isto na nossa vida?
Comecem a prestar atenção ao vosso vocabulário para identificar qual é o vosso modo principal de operar. A maior parte das pessoas move-se por afastamento sem sequer se aperceber.
Isto está associado aos nossos instintos mais primitivos em que o nosso cérebro estava programado para fugir e evitar a dor ao máximo possível. Nos dias de hoje não estamos em perigo eminente, faz sentido uma abordagem mais consciente à forma como nos movemos, nos motivamos e agimos.
A aproximação tem uma imensa vantagem: gerar níveis constantes de energia, ao contrário do modo por afastamento em que os picos de stress são cíclicos.
Programem o vosso cérebro para operar por aproximação. Ao princípio vai soar estranho, vai ser um esforço consciente e não vai ser natural. Mas a consistência e a persistência compensam e num breve espaço de tempo esta será uma estratégia que trará resultados.
Se tiverem dúvidas leiam esta entrevista que o Cristiano Ronaldo, com apenas 16 anos deu ao Jornal do Sporting e inspirem-se.