3 razões pelas quais o coaching funciona sempre

Um processo de coaching bem estruturado, alinhado com os objectivos do cliente, realista e exigente é uma fórmula que funciona.

Se seguir um elevado padrão de ética, respeitar compromissos de ambas as partes e tiver alguma loucura à mistura é garantido que funciona sempre. Existem três razões para isto acontecer, comuns à minha experiência, aos estudos sobre o coaching e à literatura dedicada.

Recuando ao tempo em que fiz a minha certificação de coaching – que foi um ponto de partida importante num caminho que dura até hoje – durante esse tempo fiz dezenas, senão centenas de sessões gratuitas. A conhecidos, a desconhecidos, acho que até a dormir sonhava com sessões de coaching. O objectivo, plenamente justificado, é ganhar experiência e praticar os conteúdos apreendidos durante a formação.

Esta é uma altura de inseguranças e de alguma incerteza sobre o poder transformador do coaching na vida de alguém para o próprio Coach. Os clientes são todos diferentes, os desafios que trazem são todos distintos, o que resulta com uns não resulta com outros e nem sempre a transformação é síncrona com as sessões.

Implica nesta fase um estudo constante sobre a natureza humana, uma pesquisa diária sobre as ferramentas e os métodos existentes, e um aprumar do instinto quanto à sua aplicação.  Ler, testar, intuir, aplicar, é um trabalho árduo de persistência no qual mesmo quando nada está a funcionar o Coach tem de continuar a acreditar.

Quando passei para o nível seguinte – a ser paga pelo serviço que prestava – durante algum tempo as dúvidas persistiram. Teve vantagens: clientes que pagam tendem a não desaparecer, a estar mais envolvidos e a querer tão ou mais do que eu, que o coaching funcione.

Mas as dúvidas continuavam. Preocupava-me se seria capaz, se iria fazer a diferença, se o meu cliente iria obter os resultados que queriam na sua vida. Quando trabalhamos metas a curto prazo é fácil observar a evolução ao longo das sessões de trabalho. E quando os clientes começam um trajecto de 5 ou 10 anos?

Hoje posso dizer, sem falsas modéstias, que todos os meus clientes transformaram a vida deles. Em diferentes graus, com diferentes velocidades e níveis de profundidade, mas todos estão hoje muito melhor do que estavam antes de nos termos cruzado.

Parte tem a ver com a bagagem que fui conquistando ao longo dos anos, e num coach quanto maior a bagagem melhor. Significa mais ferramentas, mais “jogo de cintura”, mais conhecimento e mais segurança.

Outra parte tem a ver com as razões que fazem com que o coaching funcione, e são, quanto a mim 3:

As perguntas são mais importantes do que as respostas

Um coach faz essencialmente perguntas. E antes que pensem “ah, perguntas qualquer um faz” leiam esta fantástica história:

Um técnico foi contratado para arranjar o sistema de caldeiras numa fábrica a vapor que não estava a funcionar. Nem o engenheiro chefe tinha conseguido perceber como resolver.

Depois de ouvir atentamente a descrição dos problemas e de fazer algumas perguntas o técnico dirigiu-se à sala das máquinas. Observou atentamente o emaranhado de tubos e válvulas, ouviu os ruídos e o silvo do vapor que escapava e apalpou alguns dos tubos.

Pouco tempo depois, enquanto assobiava alegremente retirou da sua mala de ferramentas um pequeno martelo com o qual deu apenas uma pancada numa válvula vermelha. De imediato o sistema inteiro começou a funcionar na perfeição e o técnico voltou a casa.

Quando o engenheiro chefe recebeu a factura de 1000€ queixou-se que o técnico tinha estado no máximo quinze minutos na sala de máquinas e pediu a descrição da factura. Eis o detalhe que o técnico lhe enviou:

Total….. 1000€

Martelada… 1€

Saber onde martelar… 999€

Não é fazer perguntas. É fazer as perguntas certas no momento certo.

Vivemos na era do instantâneo em que tudo acontece rápido e imediato, sem que haja tempo para perceber bem o que se passou. Ouvir as perguntas, sem procurar a resposta imediata permite que o cliente se ouça verdadeiramente, pense sobre si e contrua a partir daí novas hipóteses.

Cada pessoa já tem dentro dela os recursos necessários

Nunca tive nenhum cliente que fosse incapaz de fazer acontecer. Nunca, e olhem que tive uma cliente que chorou em todas as sessões, um cliente, que considerei o meu maior fracasso, que renasceu literalmente das cinzas bem depois das nossas sessões, e um céptico racional que a esposa obrigou a fazer o processo, que no final não acreditava no que tinha conseguido alcançar.

Os recursos internos estão sempre lá. Muitas vezes falha é uma rede de apoio incondicional, que acredite, que incentive, que celebre os sucessos e que puxe para cima nos fracassos. Falta também quem dê um pontapé no rabo quando é preciso, quem desafie a subir mais um degrau, quem ajude com soluções, que dê feedback honesto e imparcial.

É isto que um coach faz. Está lá para trazer ao de cima o que de melhor cada um tem. Está lá para exigir o cumprimento de compromissos assumidos, está lá para questionar escolhas e caminhos, está lá para focar em soluções, em possibilidades e no futuro.

Adoro quando me perguntam “sou o cliente mais difícil não sou?” ou “aposto que nunca tiveste um cliente difícil como eu” – e quase todos, num ponto ou outro, perguntam. Não há clientes difíceis. Há clientes que não querem mudar, mas esses não são os meus.

Libertar o potencial através da acção

Sem acção não há resultados. É tão simples quanto isto. Tive uma cliente que me enviava as suas tarefas sempre antes do tempo. Semana após semana eu encurtava cada vez mais os prazos, e ela, sempre a entregar antes. Chegou a enviar-me uma tarefa no próprio dia. Além de um elevado nível de compromisso com o seu objectivo ela tinha tudo planeado na sua cabeça, foi só entrar em acção e tudo começou a acontecer.

Todos conhecemos nomes como Mozart, Einstein ou Picasso e associamos a eles obra feita e uma genialidade grandiosa. Poucos dão valor à transpiração envolvida para chegar a este resultado, acção! Mozart compôs mais de 600 peças, Einstein publicou 248 teses – e ficou conhecido por uma, Picasso tem um espólio de mais de 20.000 peças artísticas.

Genialidade é 1% de inspiração e 99% de transpiração.

Thomas Edison

Há muito mais no Coaching enquanto prática. Metodologias, abordagens, estilos… em livros então, só eu tenho uma prateleira cheia deles. Mas se tiver de identificar as razões pelas quais esta prática funciona, são estas as três que destaco: as perguntas certas, no momento certo; utilizar os recursos internos que já existem, estão só adormecidos, e agir, agir, agir.

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